Páginas

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Homem Do Leme e o Porto de Destino

O homem do leme, avenida de Montevideu, foz do Porto

Em Junho falemos da nossa memória individual. Conforme vamos envelhecendo, a memória vai diminuindo em espaço e referências. Alguns têm dificuldade em aceitar esse “encurtar da vida”, outros, mais felizes, recordam certos momentos das suas vidas com muita ternura e saudade.Existem ainda aqueles que “passam a vida a envinagrar a vida”, que acordam mal-humoradose se deitam do mesmo jeito. São aqueles que dizem com demasiada frequência “hoje acordei mal disposto, não me digam nada”. Enfim, aquilo a que se chama memória está implícito em todas as formas da actividade psíquica: percepção,associação de ideias, raciocínio, etc. Em cada uma delas intervém a acção das experiências passadas. Todo o ser vivo é modificado pelas suas próprias reacções.

 Assim, pode associar-se a própria vida a uma espécie de memória continua e ao primeiro tempo de uma recordação de um hábito a que alguns chamam fixação. Para muitos, a marca fisiológica que daí provem seria o simples vestígio da impressão. Esta impressão vai-se atenuando, mas ainda deixará um resíduo vibratório que condições favoráveis permitem reavivar mais tarde. 

Tenho sido um privilegiado, guardo bastantes momentos felizes na memória, Isso aconteceu-me, com alguma frequência, nestes últimos anos da minha vida. Oiço dizer que todos os homens nascem iguais, no sentido em que todos temos certos direitos inalienáveis, tais como o direito à vida, à liberdade e à luta para alcançar a felicidade.O bom senso diz-nos que os homens não são realmente iguais, o que se afirma é que somos iguais nos aspectos básicos. Essa igualdade não é um presente grátis ou uma doação, é, isso sim, um empréstimo (como se de uma dádiva se tratasse). É uma oportunidade que exprime de modo admirável o direito que o homem tem de procurar a felicidade, lutando pelo seu espaço, porém surge uma pergunta: então e os talentos? Os talentos não são distribuídos por igual, como por exemplo nascer no mesmo berço de ouro, nascer dotado de inteligência fora do comum, recebido o mesmo grau de instrução, etc.

 A realidade diz-nos que as pessoas diferem quanto às qualidades intrínsecas e, ainda mais, quanto ao meio ambiente em que se desenvolvem, especialmente o seu estado de adulto face à instrução e educação que receberam. A formação da personalidade é instigada na maioria das sociedades no seio da família. Foi Sigmund Freud que apontou a importância da aprendizagem nos primeiros cinco anos de vida, são os mais decisivos no que diz respeito às atitudes fundamentais. Pela mesma ordem de razões, a Família Rotariana a que me encontro vinculado veio contribuir para a minha formação de ser agora um Velho Lobo do Mar que resumo assim:

 Nesta hora tardia da vida, penso nos meus tempos de menino.Com os meus amigos da praia aprendi a pescar, fui melhorando e aperfeiçoando a escolha do fio a utilizar, as escolhas dos anzóis, o jeito de colocar as iscas e, especialmente, a hora de lançar a linha ao mar. Retive todos os conhecimentos que fui adquirindo na Faina da Pesca, sabendo que os melhores peixes se escondem em águas profundas; por isso, só um bom pescador consegue pescá-los.

Com este conhecimento, podemos acrescentar: devemos aprender a pescar, melhorando e aperfeiçoando nossas técnicas. Devemos reter todos os conhecimentos adquiridos no decorrer de nossa vida mortal e utilizá-los em nossas pescas diárias”...
A minha presidência, por tudo o que deixei escrito, não deixando de ser uma vulgar presidência, não deixou também de se caracterizar pelas minhas qualidades e defeitos.

Fim  da investigação


 Saudações  Rotárias
José Carlos de Oliveira

Sem comentários:

Enviar um comentário