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sábado, 31 de dezembro de 2011

O Rotary Club por Dentro

Rotary Club das Caldas da Rainha anos 50

Foram poucos, muito poucos, aqueles que o 25 de Abril não apanhou desprevenidos, houve até quem escapasse por uma unha negra. Nesse dia eu estava em Lisboa, de  passagem para a Alemanha com a finalidade de comprar o último grito em máquinas de bordar electrónicas. Só consegui embarcar depois do dia 10 de Maio.

Era o fim dos “ botas de elástico…” que queria dizer o fim dos “velhos do Restelo” Já tinham desaparecido há décadas os “manga de alpaca”. Tratava-se de  mangas postiças usadas pelos funcionários administrativos, e guarda livros para pouparem o fatos. Tempos em que se comprava o primeiro fato quando se ia “às sortes” (prestar provas para incorporação no serviço militar). Era  gente zelosa mas rotineira, serviam de pouco.~

Os armazenistas pouca  noção tinham da eficácia  dos contabilistas. Era o tempo das contas rápidas de cabeça. Olhava-se  para o burro observando-lhe os dentes e estabelecia-se o preço. Os porcos eram comprados a olho na feira semanal. Os comerciantes batidos ofereciam um tanto por determinado lote de tecidos. Entretanto  o sistema Ruf dava os primeiros passos nas contas do Deve e do Haver. Foi muito útil á evolução da contabilidade o advento da máquina de escrever. As pequenas e médias empresas iam copiando o que podiam das grandes empresas, para se modernizarem. Foi grande a revolução no sistema contabilístico. Ainda estava para chegar a contabilidade mecanizada. 

Apesar de todos estes avanços, os patrões (leia-se empresários) quando solicitavam algum dado relevante era só para conferirem as suas previsões empíricas.

Foi este tipo de lideres que preencheu a democratização dos clubes rotários. Homens novos, sangue novo, uma vez convidados para assistir a uma reunião de rotary, ficavam francamente maravilhados com o a ideia do estimular e fomentar o ideal de servir com  base em todo o empreendimento digno. Daí a ser convidado a ingressar no prestigiado club  era um passo. Significava que o visado tinha um perfil empreendedor e essencial-mente passava a prestar um serviço à comunidade em vez de fazer do seu próprio ego, norma e processo do seu trabalho.

Servir através da profissão era coisa em que nunca tinha pensado, sentia-se agora um homem nobre.
O servir profissionalmente é o permanente desafio que se coloca a um rotário, é ate a característica principal que o define.  Rotary 

Estavam então reunidas todas as condições para o advento  do homem novo que aí vinha. Havia que aproveitar as transformações, apesar das incertezas.
Os associados dos clubes rotários tratam-se por companheiros, com vontade  pioneira num empreendimento que exige coragem, inspiração por um ideal comum, com a finalidade de tomarem decisões colegiais através de afincado  trabalho  para o bem da sua comunidade.

Saudações Rotarias
José Carlos Oliveira



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